Gajas ao Poder

Saturday, November 28, 2009

Dizes que queres ser como eu.
Mas eu discordo.
E sabes que mais? Nunca o conseguirás.
Só conseguirás ser como tu.
E tu és muito melhor que eu. (Já ouviste falar em upgrade?...)
És mais interventiva, mais assertiva.
Estás melhor preparada pra enfrentar as coisas da vida, sobretudo as adversidades.
E tens o melhor instrumento de todos: uma enorme poesia nesses olhos e um Deus perfeito nesse coração.
E o meu amor
p
a
r
a
s
e
m
p
r
e
.
.
.

Tuesday, May 01, 2007

enfim

a minha mãe precisa de ajuda na cozinha, para fazer o jantar, às 10.12h.
vê-se como toda a gente a ajuda nesta casa.
os gajos esparramados no sofá a ver um jogo qualquer...
a mãe chama por ajuda...
eles em coro "Ó ANAAAAAAA..."

...vidas...

Saturday, April 14, 2007

Porquê?

Porque gostamos tanto deles?
Porque raio cada mesquinhice deles se transforma em motivo de saudades quando estão longe (ou parecem estar)?

Sunday, March 18, 2007

Ainda palavras (Dona Mécia)

Quando a minha menina estava para nascer, andei no mundo dos nomes para escolher um que fosse apropriado.
Claro que esta história da propriedade das palavras tem muito que se lhe diga, mas essa é definitivamente outra história.
Dizia eu, andei pelo mundo dos nomes e - pensei eu - nada melhor que a poesia para nos ensinar palavras e, portanto, nomes, já que as palavras são os nomes das coisas.
Desencantei um que aprecio sobremaneira, mas para o qual não consegui nem um voto. Cheguei até a ter ameaças de de divórcio, do tipo - «Ela chama-se assim e eu saio de casa» - vá-se lá saber porquê.

Gostava de partilhar algumas das ideias que andaram por aqui a bailar, a ver se as sonoridades não são magníficas. Deve alertar para o facto de que há muitos anos que não vejo este poema escrito, e nem me recordo já quem foi o seu autor. Se o reencontrar, ou se alguém souber, reporei aqui a verdade das coisas. Aqui vai ele então, de memória.
Até pode ser que entusiasme alguém.
(a questão do divórcio ficou adiada sine die, com a frase-banha-da-cobra: «Ok, então escolhe tu»)

Longe, longe, em sonho leve
Vi Dona Mécia Maria.
Vi-lhe uma flor entre os lábios
Ou foi apenas a boca, distante, que me sorria?
Longe, longe, em sonho leve
Vi Dona Mécia formosa.
Vi-a branca, vi-a loira,
Branca e fria como a neve.
Vestia um véu só de renda.
Todo esse véu a cobria.
Longe, longe, em sonho leve
Vi Dona Mécia Maria.
Vestia um véu só de renda.
Logo o véu se foi rasgando.
E alguém perguntou então
Por Dona Mécia, chorando,
E alguém perguntou chorando
Por Dona Mécia Maria:
Se era a sua alma ou o seu corpo
Que a pouco e pouco se abria.
Logo o véu se foi rasgando.
Dentro em pouco mal se via.
Dona Mécia Dona Mécia,
Ai, Dona Mécia Maria!
Não há dor mais verdadeira
Do que a dor da fantasia.
Dona Mécia, Dona Mécia,
Ai, Dona Mécia formosa!
Na minha alma, sob a neve,
Dormem pétalas de rosa.

Informações complementares:
A viúva de JOrge de Sena é Mécia.
A terceira(?) mulher de D. Sancho II era Mécia (ou seria a segunda mulher de D. Sancho I?)
A primeira mulher desta ilustre família Athayde a aportar à Ilha formosa descoberta em dia de S. Miguel era Mécia, nos idos de 1600.
A Tia emprestada da minha infância, que me pôs para todo o sempre as tardes de Agosto a cheirar a cuscurões e a bolinhos de coco era Mécia. Só que escrevia Méssia, porque alguém lhe disse para o fazer assim no exame da 4ª classe, e assim ficou.
Falta nesta lista uma Santa Mécia, mas não conheço nenhuma.

Wednesday, February 28, 2007

1001

Era uma vez um sultão e uma menina que ele queria como sua ionésima esposa. E ela não tinha voto na matéria no que diz respeito ao desejo dele. Mas tinha todos os votos de que necessitava para contornar a indiferença e o esquecimento: o seu palavrar, a sua imaginação, o acender o desejo dele não por ela própria (isso seria demasiado fácil mas excessivamente transitório) mas por aquilo que ela fazia, aquilo que ela sabia, aquilo que ela imaginava, aquilo que ela lhe trazia como "valor acrescentado": as palavras, organizadas em frases, organizadas em histórias, organizadas ao longo de noites intermináveis, de que ele dependia cada vez mais. Que ele queria ouvir cada dia que passava. De que ele precisava como de pão para a boca. Que o levaram a não prescindir já dela, mesmo quando o desejo (por qualquer outra que não ela) tivesse já morrido.

Isto traz-me à memória uma outra história, a do Carteiro de Pablo Neruda. Lembram-se daquela página magnífica em que se acusa o pobre coitado de ter seduzido a moça com metáforas, senhores, com metáforas!...

As palavras são sensacionais. Assim também sejam sensacionais as ideias que elas transmitem.

Sunday, February 11, 2007

Tempo

O tempo é o que queremos fazer com ele.
Há muita gente que me diz "não sei como consegues ter tempo para tanta coisa... Dois empregos (agora são três), três filhos, dois cães, sem empregada, ..."
Tenho de vos participar uma coisa: o tempo é elástico.
Depende de como o usamos, ou de como dele prescindimos.

Regra nº 1: Atender primeiro ao importante e deixar o urgente para depois.
Às vezes queremos fazer tudo a tempo e horas e não chegamos a conseguir, enquanto deixamos para trás as coisas que são verdadeiramente imprtantes e a que não conseguimos deitar mão porque não tivemos tempo, estávamos demasiado ocupados com as coisas urgentes. A verdade é que as urgentes, se não forem feitas por nós, serão feitas por outrém; as importantes, se lhes não deitarmos mão, ninguém deitará.

Regra nº 2: Gozar o tempo de que verdadeiramente dispomos.
Quando fazemos as coisas com empenhamento, com seriedade, com coragem, elas saem-nos bem. Mesmo que o resultado não seja propriamente aquele que esperávamos. Se soubermos fruir do tempo que vai passando, não ficamos acabrunhados quando ele chega ao fim. Porque o gozámos. Porque tirámos partido dele. Porque ele nos pertenceu.

Regra nº 3: Nunca chorar sobre o leite derramado.
Amanhã é outro dia. Podemos sempre recomeçar. Aprendemos alguma coisa (espero!) com as asneiras que fizemos. E isso é uma coisa boa a tirar das coisas más. Entrar em parafuso porque não sabemos o que fazer é contraproducente: Gastamos-nos a andar em círculos, aí é que o tempo que passou não nos trouxe nenhuma mais-valia. E ainda continuamos a ter tudo por resolver.

Regra nº 4: Confiar no tempo.
E em nós. E naqueles que nos rodeiam. E nas coisas lindas de morrer que nos cercam. E nas lições que vamos aprendendo. E etc e tal. Porque as flores dão fruto. E semente. E as sementes germinam. E o ciclo recomeça. Mesmo sem nós. E só funcionarão de facto quando funcionarem sozinhas, já sem nós.

É por isso que a vida é tão bonita, e é por isso que a morte é tão bonita. Porque se completam, porque constituem um círculo perfeito, porque quando se fecha o círculo dá-se espaço a novas vidas.

Monday, January 29, 2007

A contracapa

Eu gostava de te dizer alguma coisa....que tivesse a certeza de te trazer um sorriso. Que mostrasse o quanto eu estou contente. Que te provasse os sentimentos que me atropelam e esmagam e invadem neste momento. Que fosse a mais pura das verdades.
Gostava de te dizer alguma coisa digna de um grande amigo, forte e corajoso, lindo e paciente…que sei que és…mas não consigo.
As palavras não saem.
A garganta secou.
O discurso e a capaciade de exteriorizar tudo da melhor maneira fecharam a loja.
Não moram mais aqui.

Gostava...de te saber tocar.

Gostava de te saber falar.


Mas tudo o que consigo dizer é…obrigada. E desculpa.





Gosto muito de ti.

Tuesday, January 23, 2007

CPCJ

Cá vai: Comissão de Protecção às Crianças e Jovens em Risco.
Há pelo menos uma Comissão por cada Concelho do país.
Trata de promover a dignidade, o bem-estar e o pleno desenvolvimento das Crianças e dos Jovens que se encontrem numa qualquer situação que comprometa o seu pleno desenvolvimento, desde o absentismo escolar a abuso sexual, de maus tratos a abandono ou negligência.

Esclarecido?

(Noutro dia alguém me perguntava se eu estava no rol das crianças, dos jovens ou do risco...
Gracinhas...)

Sunday, December 31, 2006

E eis que um Novo Ano chegou.
Um Novo Ano, com novas responsabilidades.
Vou passar a estar dois dias por semana no CPCJ de Odivelas. Grande desafio! Grandes responsabilidades!
Acho que há muito tempo não estava tão entusiasmada com um projecto - tirando o da casa do Belmonte, mas esse não conta nesta matemática.
Toda a gente me diz que é muito difícil, que é muito desgastante, ... mas não é assim quase tudo o que vale mesmo a pena na vida?
É verdadeiramente importante agarrar esta ideia, de que podemos e devemos intervir sempre que isso seja necessário. Farta de ver as coisas passar por mim e não poder fazer nada já eu ando há muito tempo.
Grande ano! Grandes perspectivas!
Feliz 2007!

Friday, November 24, 2006

Gajas ao Poder

E eis que a minha linda Inês não consegue ficar posta em sossego, e me anda a lançar desafios estranhos pelas estradas virtuais...
E assim me encontro desafiada pelo Canto da Inês, para enumerar e publicamente reconhecer 5 manias...
Ok, vamos lá a isso.
5 Manias
1. Viver a pensar na 6ª feira à noite, altura em que rumo ao Belmonte.
Quando não posso ir, adio o horizonte. Mas ele está sempre lá. Se é segunda feira (no calendário ou no coração), abro o telemóvel para olhar para ela. Aquela casa tornou-se o meu Xanax, a minha catarse, o meu ponto de fuga. Sozinha ou bem acompanhada, não interessa. O que interessa é fazer-me à estrada.
2. Vir ver os mails depois de jantar.
É que, enquananto os moços levantam a mesa, é o pouco tempo disponível para relaxar, fumar uma (ou duas) cigarradas, e circular pela Internet - Como vês, certas experiências nada têm de pessoais, apesar de serem indubitavelmente privadas...
Não tenho muito sucesso nesta minha actividade, porque tenho sistematicamente mais de 200 mails, e ainda não abri todos de Agosto passado...
3. Ver no AXN as séries policiais.
De tal forma se tornou um vício que até já costumo pegar automaticamente na tábua de passar a ferro quando elas começam. Porquê na tábua - porque continuo com este pejo de apenas ver televisão. Acho um crime ficar ali especado a olhar para o écran. Ao menos que se faça qualquer coisinha de útil em simultâneo.
4. Levar a cadela para a cama, a dormir comigo, quando o patrão não está.
Não sei se é horror a dormir sozinha, se é simplesmente porque gosto daquele quentinho junto às minhas pernas. O problema é quando, de inverno, a gaja se quer enfiar dentro dos lençóis. Eu não deixo, ela teima, eu adormeço, ela enfia-se no quentinho. E lá acordo com ela a lamber-me a cara, na manhã seguinte, todo satisfeita, aninhada ao meu lado. Uma promiscuidade muito confortável.
5. Tenho definitivamente a mania de que consigo pôr os maus alunos a olhar para si mesmos de outra forma e a encarar a aprendizagem como algo diferente do que antes pensavam. De que consigo pôr os disléxicos a perceber melhor a dislexia e a saberem usá-la melhor... a seu favor. Tenho a mania de que sou boa professora, sobretudo para os maus alunos. É pena que nenhum dos meus alunos possa ser desafiado aqui, ou venha cá para comentar e deixar a sua opinião.
(Se vierem e quiserem deixá-la, eu juro que não mudo a nota só por causa disso...)
Quem é que vou desafiar...
Jota
Carla (não sei se tens blog, mas podes fazê-lo aqui, como post)
Helena (idem idem, aspas aspas)
André
Pedro
Aqui ficam as regras:Cada bloguista participante tem de enunciar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogs aviso do "recrutamento". Ademais, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blog."